Holandês de 19 anos cria projeto que pode acabar com plástico no oceano


The Ocean Cleanup pode remover 7 bilhões de kg de lixo dos mares em cinco anos.
O The Ocean Cleanup Foundation começou como um projeto de conclusão de curso de ensino médio do holandês Boyan Slat, na época com 17 anos, e seu amigo Tan Nguyen. Imagem: Erwin Zwart / Fabrique Computer Graphics
"Será muito difícil convencer a todos no mundo a lidar com o plástico de maneira responsável, mas o que nós, seres humanos, somos muito bons em fazer, é inventar soluções técnicas para os nossos problemas. E é isso que estamos fazendo", Boyan Slat, 19 anos, fundador do projeto The Ocean Cleanup.

The Ocean Cleanup Foundation começou como um projeto de conclusão de curso de ensino médio do holandês Boyan Slat, na época com 17 anos, e seu amigo Tan Nguyen. Gastando mais de 500 horas no trabalho em vez das 80 requeridas, a dupla criou um sistema de remoção de plástico dos oceanos baseado no movimento rotativo das correntes oceânicas. 

O projeto rendeu à dupla diversos prêmios, entre eles o de Melhor Design Técnico de 2012 da Delft University of Technology, na Holanda. Boyan Slat continuou a desenvolver o conceito durante o verão de 2012, apresentando-o meses depois no TEDxDelft 2012 (assista ao vídeo abaixo). O novo projeto rendeu mais prêmios ao jovem holandês que, em janeiro deste ano oficializou-o e transformou-o em uma organização sem fins lucrativos.

*No ótimo vídeo abaixo, Boyan Slat explica seu projeto no TEDxDelft 2012: 




Conceito

Existem cinco áreas nos oceanos do mundo onde correntes rotativas criam um enorme acúmulo de plástico. Movimentar-se pelos mares para remover este lixo seria custoso, poluente e ineficiente. Então, por que não deixar as próprias correntes transportarem os detritos até você? Essa é a ideia central do The Ocean Cleanup Foundation.

A remoção seria feita por uma estrutura batizada de Ocean Cleanup Array (traduzindo para o português, seria algo como "Matriz de Limpeza do Oceano"). Ancorado, o sistema seria composto por plataformas de processamento e, ligadas à elas, compridas barras flutuantes que abrangeriam o raio de uma corrente rotativa.

Estas barras atuariam como funis gigantes que, com o ângulo delas em relação à corrente, forçariam uma correnteza em direção à plataforma. Com os detritos adentrando o sistema, eles seriam filtrados para fora da água e eventualmente armazenados em containers até que fossem coletados para reciclagem em terra.

Uma das grandes vantagens de usar barras flutuantes em vez de redes é que a vida marinha não é afetada ou presa ao sistema, já que as boias ficam apenas na superfície da água e se movimentam lentamente, junto com as correntes. 

Na teoria, o zooplâncton não se acumularia significativamente nas barras, mas de qualquer jeito, foi criado um sistema alternativo de separação de plânctons e plásticos pequenos usando a força centrífuga e baseado nas diferenças de densidade.

Existe também a preocupação com a interferência do sistema nas rotas de navios e barcos e já há um planejamento quanto a isso no projeto.


Possibilidades

De acordo com o site oficial do projeto, um terço de todo o plástico superficial dos oceanos globais pode ser removido usando o método. Numericamente, seriam 7.250.000.000 kg (7,25 bilhões) de poluição retirada. O tempo estimado para limpar cada uma das cinco áreas principais seria cinco anos.

Apesar do The Ocean Cleanup ser uma possível estratégia para reduzir o acúmulo de plástico nos oceanos, o projeto não é a solução perfeita. Para a remoção total da poluição seria fundamental a prevenção e educação quanto à diminuição na produção de plástico e à reciclagem.


Viabilidade

A viabilidade do projeto é algo que ainda está em fase de estudo, entretanto, até então o método parece promissor também neste sentido. O que poderia ajudar a custear os gastos é a reciclagem do próprio plástico colhido – algo que pode até tornar o projeto financeiramente lucrativo.

Atualmente, uma equipe de 50 engenheiros, projetistas, especialistas externos e estudantes trabalham no projeto. Mesmo assim, o The Ocean Cleanup Foundation está recrutando profissionais de áreas específicas como engenharia de estruturas marítimas e biologia de plâncton. 

O projeto também procura parceiros para custear orçamentos de pesquisa. Já foi divulgado que será utilizado "crowd funding", método de financiamento público voluntário que vem sendo utilizado por instituições sem fins lucrativos, ONG’s, projetos sociais e afins.

"A história humana é basicamente uma lista de coisas que não poderiam ser feitas, e então foram feitas", Boyan Slat.

Além de ser fundador e diretor do The Ocean Cleanup, Boyan estuda engenharia aeroespacial na Delft University of Technology e é um ávido fotógrafo e mergulhador.

Reciclagem - Curitiba


Nova indústria vai reciclar lixo produzido em Curitiba

Sistema substituirá aterro sanitário da Caximba.
Cerca de 2,4 mil toneladas de lixo vão virar adubo e material energético.


Do G1, em São Paulo
Foto: Divulgação

Indústria vai transformar em adubo e material energético cerca de 2,4 mil toneladas de lixo (Foto: Divulgação)

Uma nova indústria vai substituir o aterro sanitário da Caximba, em Curitiba, e passará a processar 100% do lixo produzido na cidade para reciclagem. De acordo com a prefeitura, o Sistema Integrado de Processamento e Aproveitamento de Resíduos (Sipar) será uma indústria em que a matéria-prima é o lixo. 

Ainda segundo a prefeitura, a indústria vai reciclar e transformar em adubo e em material energético as cerca de 2,4 mil toneladas de lixo geradas diariamente pela população de Curitiba e de outros 15 municípios que hoje utilizam o aterro da Caximba. A prefeitura ainda estuda qual a melhor área para receber a indústria.
                                                                                                                          

Foto: Divulgação

No novo sistema de reciclagem, lixo será depositado em local fechado (Foto: Divulgação)

A prefeitura afirma que a instalação da indústria seguirá critérios rigorosos de instalação, cuidados com o solo, com o ar e outros fatores de proteção que requerem tecnologias específicas. Todo esse cuidado será fiscalizado pelos órgãos ambientais competentes. No novo sistema, o lixo será depositado em local fechado.