Lixo

Apenas 60% do lixo do Brasil terá destino correto em 2014


Estimativa da Abrelpe garante que, se o Brasil não acelerar o ritmo das mudanças no setor de gestão de resíduos sólidos, cerca de 40% do lixo produzido pela população continuará a ser descartado de forma incorreta em 2014, quando vence o prazo dado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos para que as cidades acabem com os lixões.


Marcello Casal Jr./Abr

A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) apresentou estimativa que revela que o Brasil ainda deixa muito a desejar quando o assunto é a gestão de resíduos sólidos


Segundo a avaliação, o país avança lentamente no setor e, se não acelerar o ritmo, terá apenas 60% de seu lixo sendo destinado corretamente em 2014 - ano em que, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), todos os municípios brasileiros deveriam estar com seuslixões desativados e substituídos por aterros sanitários



Ainda segundo a estimativa da Abrelpe, no ritmo em que está, o Brasil só vai conseguir universalizar a coleta de resíduos urbanos em 2020 ou mais. "A perspectiva da Abrelpe leva em conta as médias nacionais de gestão de resíduos. O Brasil é um país continental e as diferenças regionais são gritantes nesse setor, o que significa que o processo de universalização da coleta de resíduos urbanos pode atrasar ainda mais", explica Carlos Silva Filho, diretor executivo da Associação. 



Divulgado em maio, o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2012 apontou que o país deu destino incorreto a quase 24 milhões de toneladas de lixo no ano passado, o que equivale a 168 estádios do Maracanã lotados.

Débora Spitzcovsky

Incapacidade de acabar com os lixões


Prefeitos assumem incapacidade de acabar com lixõesLei determina fim dos depósitos a céu aberto até 2014 e gestores pedem novos prazos

Publicação: 04/05/2013 09:13 Atualização:
Étore Medeiros e Marianna Rios
Prefeitos defendem prazos de acordo com a realidade de cada cidade. Temor é de que eles se tornem inelegíveis se descumprirem a lei  (Beto Novaes/EM/D.A Press)
Prefeitos defendem prazos de acordo com a realidade de cada cidade. Temor é de que eles se tornem inelegíveis se descumprirem a lei

 Brasília – “Meu pai e minha mãe me criaram com isso daqui, eu tirei o sustento dos meus filhos daqui, e, hoje, o do meu neto também. Se isso acabar, como é que nós vamos ficar?”, indaga Cosme de Assis, catador do Lixão da Estrutural, no Distrito Federal, sobre a desativação do lugar. Cosme está incrédulo quanto às promessas de readequação dos catadores após o fim dos lixões, exigido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010. O prazo para que todos os lixões a céu aberto do país sejam desativados vai até 2 de agosto do ano que vem. Mas, se depender de muitos prefeitos, catadores como Cosme vão continuar vivendo no lixo por mais tempo.
 A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) anunciou que vai negociar com o Congresso e com o governo federal a prorrogação do prazo para que os municípios troquem os lixões por aterros sanitários ambientalmente corretos. Para o recém-empossado presidente da entidade, José Fortunati (PDT), de Porto Alegre, “é impossível que grande parte das cidades cumpra a lei”. Ele já buscou apoio dos presidentes da Câmara e do Senado para que seja alterada a lei que criou a PNRS. “Queremos prazos distintos de acordo com a realidade de cada cidade”, reivindica. Ele argumenta que 72% dos prefeitos vitoriosos nas eleições de 2012 não estavam no cargo. Por isso, culpam as gestões anteriores pelo atraso na adaptação à lei.
 O temor dos prefeitos tem procedência. Os ministérios públicos dos estados poderão acionar os prefeitos por improbidade administrativa, caso não desativem os lixões. Se isso ocorrer, todos poderão ficar inelegíveis. “Temos prefeituras no Acre, como a de Porto Walter ou de Santa Rosa do Purus, em que o prefeito não tem sequer um servidor de nível superior. Então, cada caso vai depender da postura e da sensibilidade do promotor e do gestor municipal”, diz a procuragora-geral do Acre, Patrícia de Amorim Rêgo.
 Relator da lei que instituiu a PNRS, o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) critica a proposta dos prefeitos. “A legislação tem que premiar posturas e punir quem não segue uma regra. Sou terminantemente contrário a qualquer dilatação do prazo”, afirma. O deputado defende, no entanto, a possibilidade de uma nova data para a conclusão dos planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos, “para evitar que os municípios deixem de receber recursos federais”.
 Até o momento, o valor repassado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) às cidades para que elaborem os planos municipais passa de R$ 23 milhões, valor considerado baixo por representantes dos prefeitos. “Isso é ridículo. Se fossem bilhões, talvez fosse o suficiente para fazer o plano. E o que temos hoje? A baixa adesão”, critica o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski. Segundo estimativa da CNM, os aterros sanitários custarão R$ 70 bilhões aos cofres públicos. Cerca de 1,7 mil municípios nem deram início à elaboração dos planos.
 O MMA estima que apenas 20% dos 5.565 municípios brasileiros concluíram os projetos ou solicitaram verbas para sua elaboração até 2 de agosto de 2012, quando expirou o prazo legal para essta etapa do processo.O gerente de Projetos da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Saburo Takahashi, revela que o órgão vai soltar, em breve, uma nova chamada para os municípios que perderam o primeiro prazo. “Para atender os 80% que restam, temos de tomar pé da situação e verificar como poderemos apoiar esses municípios que ainda não têm planos.”
 INTIMAÇÃO Em Igaci, a 150km de Alagoas, o prefeito Oliveiro Pianco (PMDB) nem bem foi empossado e já recebeu uma intimação do Ministério Público para acabar com o lixão da cidade, de 25 mil habitantes, sob pena de pagar do próprio bolso multa de R$ 1 mil por dia. “Disseram que não podiam dar um prazo maior, pois tinham dado à gestão anterior”, reclama. A solução foi mandar os resíduos para o lixão da vizinha Palmeira dos Índios, a 15km de distância. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que ainda há 2,9 mil lixões para serem erradicados em todo o Brasil, distribuídos em 2.810 municípios. A maioria, de pequeno porte, como Igaci, que, para se adequar à PNRS, se consorciou com Palmeira dos Índios e mais 11 municípíos do agreste alagoano para construir dois aterros sanitários de uso comum.
 Para Maria Vitória Ferrari, pesquisadora em gestão e tecnologia de resíduos da Universidade de Brasília, o problema não é só dos pequenos municípios, deve ser encarado por toda a sociedade. “A questão é cultural, é a forma que convivemos com o lixo. Se os municípios tiverem mecanismos, as pessoas estão dispostas a fazer as coisas certas. Mas é preciso campanhas longas e contínuas de educação”, conclui a pesquisadora, ressaltando o papel individual no cuidado com os resíduos, mesmo após a implementação da PNRS.
Fonte: www.em.com.br

Holandês de 19 anos cria projeto que pode acabar com plástico no oceano


The Ocean Cleanup pode remover 7 bilhões de kg de lixo dos mares em cinco anos.
O The Ocean Cleanup Foundation começou como um projeto de conclusão de curso de ensino médio do holandês Boyan Slat, na época com 17 anos, e seu amigo Tan Nguyen. Imagem: Erwin Zwart / Fabrique Computer Graphics
"Será muito difícil convencer a todos no mundo a lidar com o plástico de maneira responsável, mas o que nós, seres humanos, somos muito bons em fazer, é inventar soluções técnicas para os nossos problemas. E é isso que estamos fazendo", Boyan Slat, 19 anos, fundador do projeto The Ocean Cleanup.

The Ocean Cleanup Foundation começou como um projeto de conclusão de curso de ensino médio do holandês Boyan Slat, na época com 17 anos, e seu amigo Tan Nguyen. Gastando mais de 500 horas no trabalho em vez das 80 requeridas, a dupla criou um sistema de remoção de plástico dos oceanos baseado no movimento rotativo das correntes oceânicas. 

O projeto rendeu à dupla diversos prêmios, entre eles o de Melhor Design Técnico de 2012 da Delft University of Technology, na Holanda. Boyan Slat continuou a desenvolver o conceito durante o verão de 2012, apresentando-o meses depois no TEDxDelft 2012 (assista ao vídeo abaixo). O novo projeto rendeu mais prêmios ao jovem holandês que, em janeiro deste ano oficializou-o e transformou-o em uma organização sem fins lucrativos.

*No ótimo vídeo abaixo, Boyan Slat explica seu projeto no TEDxDelft 2012: 




Conceito

Existem cinco áreas nos oceanos do mundo onde correntes rotativas criam um enorme acúmulo de plástico. Movimentar-se pelos mares para remover este lixo seria custoso, poluente e ineficiente. Então, por que não deixar as próprias correntes transportarem os detritos até você? Essa é a ideia central do The Ocean Cleanup Foundation.

A remoção seria feita por uma estrutura batizada de Ocean Cleanup Array (traduzindo para o português, seria algo como "Matriz de Limpeza do Oceano"). Ancorado, o sistema seria composto por plataformas de processamento e, ligadas à elas, compridas barras flutuantes que abrangeriam o raio de uma corrente rotativa.

Estas barras atuariam como funis gigantes que, com o ângulo delas em relação à corrente, forçariam uma correnteza em direção à plataforma. Com os detritos adentrando o sistema, eles seriam filtrados para fora da água e eventualmente armazenados em containers até que fossem coletados para reciclagem em terra.

Uma das grandes vantagens de usar barras flutuantes em vez de redes é que a vida marinha não é afetada ou presa ao sistema, já que as boias ficam apenas na superfície da água e se movimentam lentamente, junto com as correntes. 

Na teoria, o zooplâncton não se acumularia significativamente nas barras, mas de qualquer jeito, foi criado um sistema alternativo de separação de plânctons e plásticos pequenos usando a força centrífuga e baseado nas diferenças de densidade.

Existe também a preocupação com a interferência do sistema nas rotas de navios e barcos e já há um planejamento quanto a isso no projeto.


Possibilidades

De acordo com o site oficial do projeto, um terço de todo o plástico superficial dos oceanos globais pode ser removido usando o método. Numericamente, seriam 7.250.000.000 kg (7,25 bilhões) de poluição retirada. O tempo estimado para limpar cada uma das cinco áreas principais seria cinco anos.

Apesar do The Ocean Cleanup ser uma possível estratégia para reduzir o acúmulo de plástico nos oceanos, o projeto não é a solução perfeita. Para a remoção total da poluição seria fundamental a prevenção e educação quanto à diminuição na produção de plástico e à reciclagem.


Viabilidade

A viabilidade do projeto é algo que ainda está em fase de estudo, entretanto, até então o método parece promissor também neste sentido. O que poderia ajudar a custear os gastos é a reciclagem do próprio plástico colhido – algo que pode até tornar o projeto financeiramente lucrativo.

Atualmente, uma equipe de 50 engenheiros, projetistas, especialistas externos e estudantes trabalham no projeto. Mesmo assim, o The Ocean Cleanup Foundation está recrutando profissionais de áreas específicas como engenharia de estruturas marítimas e biologia de plâncton. 

O projeto também procura parceiros para custear orçamentos de pesquisa. Já foi divulgado que será utilizado "crowd funding", método de financiamento público voluntário que vem sendo utilizado por instituições sem fins lucrativos, ONG’s, projetos sociais e afins.

"A história humana é basicamente uma lista de coisas que não poderiam ser feitas, e então foram feitas", Boyan Slat.

Além de ser fundador e diretor do The Ocean Cleanup, Boyan estuda engenharia aeroespacial na Delft University of Technology e é um ávido fotógrafo e mergulhador.

Reciclagem - Curitiba


Nova indústria vai reciclar lixo produzido em Curitiba

Sistema substituirá aterro sanitário da Caximba.
Cerca de 2,4 mil toneladas de lixo vão virar adubo e material energético.


Do G1, em São Paulo
Foto: Divulgação

Indústria vai transformar em adubo e material energético cerca de 2,4 mil toneladas de lixo (Foto: Divulgação)

Uma nova indústria vai substituir o aterro sanitário da Caximba, em Curitiba, e passará a processar 100% do lixo produzido na cidade para reciclagem. De acordo com a prefeitura, o Sistema Integrado de Processamento e Aproveitamento de Resíduos (Sipar) será uma indústria em que a matéria-prima é o lixo. 

Ainda segundo a prefeitura, a indústria vai reciclar e transformar em adubo e em material energético as cerca de 2,4 mil toneladas de lixo geradas diariamente pela população de Curitiba e de outros 15 municípios que hoje utilizam o aterro da Caximba. A prefeitura ainda estuda qual a melhor área para receber a indústria.
                                                                                                                          

Foto: Divulgação

No novo sistema de reciclagem, lixo será depositado em local fechado (Foto: Divulgação)

A prefeitura afirma que a instalação da indústria seguirá critérios rigorosos de instalação, cuidados com o solo, com o ar e outros fatores de proteção que requerem tecnologias específicas. Todo esse cuidado será fiscalizado pelos órgãos ambientais competentes. No novo sistema, o lixo será depositado em local fechado.

Seminário Rumo à Sustentabilidade “Lixo, Cidadania e Dignidade”

A Política Nacional de Resíduos Sólidos traz entre os seus principais aspectos a responsabilidade compartilhada; a logística reversa; os respectivos planos de gerenciamento de resíduos; a educação ambiental; a priorização pela não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final dos rejeitos, a inclusão social dos catadores com a sua valorização profissional, como ator prioritário na gestão integrada de resíduos sólidos. Aspectos esses, se atendidos gerará impactos positivos na qualidade de vida da população e significativas melhorias para o meio ambiente.

O Fórum Mato-grossense “Lixo e Cidadania” tem o papel de favorecer discussões em torno da questão dos resíduos sólidos – têm como objetivos: 

- Erradicar o trabalho infanto-juvenil nos lixões; 

- Buscar alternativas para o aumento de renda dos catadores de materiais recicláveis através do incentivo à coleta seletiva a ser implantada pelos municípios; 

- Contribuir para a cadeia produtiva da reciclagem; compartilhar com a sociedade a responsabilidade na gestão dos resíduos sólidos; 

- Contribuir para a reabilitação dos lixões por meio de estudos, pesquisas, novos modelos sócios produtivos e através de novas tecnologias. 

Registramos alguns avanços desse percurso no segmento, na ultima década e que indicam um arranjo de uma gestão voltada para a realização da cidadania daqueles que sobrevivem da catação no Brasil: 

Em esfera nacional: 

- Reconhecimento da profissão de catador, incluída em 2002, na classificação das ocupações no Brasil como catadores de materiais recicláveis. 

- Criação do Comitê Interministerial de Inclusão Social de Catadores de Lixo criado pelo Governo Federal em 11 de novembro de 2003, com representação dos catadores por meio do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis; 

- O Decreto 5.940, de 25 de outubro de 2006, que institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, e dá outras providências; 

- A lei n° 11.445 (lei de Saneamento Básico) aprovada em 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nºs 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei nº 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências; 

- A Lei 12.305, de 02 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências; 

- Decreto 7.404, de 23 de dezembro de 2010, que regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências; 

- O Decreto 7405, 23 de dezembro de 2010, Institui o Programa Pró-Catador, denomina Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis o Comitê Interministerial da Inclusão Social de Catadores de Lixo criado pelo Decreto de 11 de setembro de 2003, dispõe sobre sua organização e funcionamento, e dá outras providências; 

- A Lei 12.375/2010 de 30/12/2010 – Arts. V e VI, dita que, os estabelecimentos industriais farão jus, até 31 de dezembro de 2014, a créditos presumidos do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, na aquisição de resíduos sólidos utilizados como matérias primas ou produtos intermediários na fabricação de seus produtos. 

Em esfera Estadual: 

- A Lei 7.862 de 19 de dezembro de 2002, que dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos e dá outras providências; 

- O Decreto 572 de 29 de julho de 2011, que institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública estadual direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, e dá outras providências. 


A coleta dos materiais recicláveis que há décadas vem sendo realizada pelos catadores, tem despertado a cada dia, mais interesse por parte do setor privado ligados ao saneamento. Daí decorre a necessidade de se incentivar a implantação de Fóruns Municipais “Lixo e Cidadania”, no sentido de que uma articulação em rede de diversos atores, como governos, sociedade civil e iniciativa privada, contribuem para a mudança de cenário de degradação sócio ambiental no Estado e no País. 

É necessária grande mobilização social e vontade política dos gestores públicos para a implementação da Política de Resíduos Sólidos com a inclusão social dos catadores de materiais recicláveis. 

Nesse sentido é que promovemos o Seminário Rumo à Sustentabilidade “Lixo, Cidadania e Dignidade”. 



Terezinha Rodrigues da Silva
Coordenadora do Fórum Mato-Grossense
“Lixo e Cidadania” – SEMA/MT

Lixo e Entulho jogados em bueiros e bocas de lobo

Toneladas de lixo e entulho são jogadas diariamente em bocas de lobo e esgotos, pelas populações das grandes e médias cidades brasileiras. Tal comportamento vem sendo responsável pelos enormes problemas de saneamento enfrentados por órgãos responsáveis pela manutenção e conservação desses locais, principalmente nos períodos de chuvas intensas.


Diariamente mais de seis mil toneladas de lixo são retiradas das bocas de lobo pela manutenção da Novacap. Lixo jogado nas ruas e arrastado pelas chuvas ou jogado diretamente em bocas de lobo

Além da grande parte de entulho jogada diretamente em bueiros e bocas de lobo, é o absurdo volume de lixo lançado nas calçadas e valas, ou jogado de veículos em ruas e avenidas, que causam entupimentos, alagamentos e outros transtornos, após arrastado pelas águas das chuvas.

Em Brasília, órgãos responsáveis pela limpeza e manutenção do setor triplicam suas preocupações e afazeres durante o período das chuvas, praticamente por causa da quantidade de lixo levada pelas águas aos bueiros e esgotos.

Por isso a Administração de Brasília informa que já colocou em ação sua agenda de serviços para a chegada das chuvas, em parceria com a Novacap e SLU, tendo como principal missão das equipes a de desentupir bueiros.

Em Brasília, segundo a Novacap, diariamente são retiradas cinco toneladas de lixo e entulho das seis mil bocas de lobo existentes. Além de tirar lixo de esgotos, diz o informe, mais de 90 obras estão previstas no cronograma de um mutirão cujo objetivo é prevenir enchentes, queda de galhos de árvores e eventuais acidentes provocados pelas enxurradas, comuns com o retorno das águas.

Segundo o Ministério das Cidades, somente o fortalecimento da integração e articulação entre os mais de cinco mil prefeitos municipais poderá enfrentar essas situações cada vez mais graves no trabalho de drenagem urbana. Sobre o lixo jogado diretamente nos esgotos, o Ministério das Cidades garante que somente campanhas educativas poderão sensibilizar as populações das grandes cidades para mudar o quadro preocupante existente hoje.

Entre os dados preocupantes alertados por autoridades, está aquele que mostra que 81 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes despejam diariamente 5,9 bilhões de litros de esgoto sem tratamento algum, contaminando solos, rios, mananciais e praias.

Para completar o caos, pesquisa entre responsáveis por domicílios nessas cidades revelou que 31% da população desconhecem o que é saneamento e que somente 3% relacionam o setor com saúde. Ou seja, ignoram completamente que esgoto não tratado prejudica o meio ambiente e a saúde das pessoas e que sua contaminação pode causar doenças como cólera, difteria, tifo, hepatite e muitas outras.

Fonte: Blog do Joe

Reciclagem no Brasil


Nos últimos anos, o volume de lixo urbano reciclado no Brasil aumentou. Entre 2003 e 2008, passou de 5 milhões de toneladas para 7,1 milhões, equivalente a 13% dos resíduos gerados nas cidades, segundo dados do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre).

O setor movimenta cerca de R$ 12 bilhões por ano. Mesmo assim, o País perde em torno de R$ 8 bilhões anualmente por deixar de reciclar os resíduos que são encaminhados aos aterros ou lixões, de acordo com Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente. Isso porque o serviço só está presente em 8% dos municípios brasileiros

“Se os resíduos são misturados, em geral, apenas 1% pode ser reciclado. Se há a separação correta, o índice de aproveitamento passa para 70% ou mais”, explica a diretora-excutiva da Brasil Ambiental, Marialva Lyra. Ela destaca a importância da coleta seletiva para o processo da reciclagem.

Catadores

O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) surgiu no final dos anos 90 e hoje está presente em praticamente todo território nacional por meio de 600 bases, entre associações e cooperativas, e de 85 mil catadores organizados.

“Noventa e nove porcento do material reciclável que vai para a indústria passa pelas mãos dos catadores organizados e não organizados”, relatou o articulador e um dos fundadores do movimento, Eduardo Ferreira de Paula, também secretário da Rede Latino Americana e do Caribe de Catadores.

O Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos de 2009, realizado pela Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, apontou que a participação das associações de catadores com apoio da prefeitura na coleta seletiva ocorre em 30% das cidades brasileiras. 

A lei 11.445 estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e permite que as prefeituras contratem as organizações de catadores para fazer o trabalho de coleta seletiva. “Assim as cooperativas viram um negócio e não apenas uma atividade social”, afirma Eduardo Ferreira de Paula. 

Para a socióloga, Elisabeth Grimberg, coordenadora-executiva do Instituto Polis, as prefeituras são fundamentais. “O poder público municipal terá que investir e coordenar todo processo e implantar tecnologias voltadas para a reciclagem e co-implementar processos de integração dos catadores, associações e cooperativas”, afirma.

O alumínio é o campeão de reciclagem no País, com índice de 90%, segundo os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável de 2010 do IBGE. Isso se deve ao alto valor de mercado de sua sucata, associado ao elevado gasto de energia necessário para a produção de alumínio metálico.

Para o restante dos materiais, à exceção das embalagens longa vida, os índices de reciclagem variam entre 45% e 55%. 



Fontes:

Garrafas PET são matéria-prima da decoração Carnavalesca

Ruas por onde passarão os principais blocos carnavalescos de João Pessoa receberão ornamentação a partir deste domingo (27).

Arte, reaproveitamento e folia darão o tom dos festejos carnavalescos de João Pessoa. De acordo com a assessoria da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur), a partir de amanhã, os principais corredores do Carnaval receberão a ornamentação que usa como principal matéria-prima o plástico de garrafas que costumam ser descartadas no lixo. Na capital, o destino de 40 mil garrafas pet – recolhidas através da coleta seletiva por equipes de reciclagem da Emlur – será decorando as ruas por onde passarão os principais blocos da cidade.

Responsável pela criação, desenvolvimento e conceito da decoração carnavalesca, o artista multivisual Elioenai Gomes desenvolve pesquisas em reciclagem desde 2004. Artista plástico há 28 anos, Elioenai conta que a ornamentação no Carnaval Tradição traz como referência a diversidade das cores e culturas.

“Para fugir do óbvio, que seriam os instrumentos musicais, decidimos trabalhar as diversidades das cores e também signos e ícones inspirados nos primeiros povos do planeta. O plástico é o elemento chave da ornamentação”, explica. Para produzir o material necessário, 200 pessoas estão envolvidas no projeto nos setores de execução, montagem, logística e coordenação.

A previsão, conforme relatou, é que a instalação das peças seja concluída até a próxima quinta-feira. O Ponto de Cem Réis, a rua Duarte da Silveira (local do desfile do Carnaval Tradição), Ladeira da Borborema, Praça Antenor Navarro, Parque Solon de Lucena (Lagoa) e avenida Epitácio Pessoal, corredor da folia até o Busto de Tamandaré receberão a decoração carnavalesca. As peças, que incluem mandalas e outros símbolos que serão instalados no corredor da folia, vêm sendo produzidas há quinze dias em três pontos diferentes, sendo a maior concentração de produção no ateliê do artista, localizado na ladeira da Borborema, no Centro. “Além do ateliê, as peças estão sendo confeccionadas no Fantástico Clube, em Mangabeira, e na Emlur. O pessoal responsável pela montagem são moradores da região do Varadouro, que participam de um projeto social e oficina artística”, aponta.

Segundo Elionai, o processo de reaproveitamento do plástico e demais materiais reciclados, assim como a aplicação desses itens transformados em arte, sobretudo na ornamentação de festas populares, gera uma discussão em torno da sustentabilidade e cuidado com o meio ambiente.

“A criação deste tipo de ornamentação para festejos é voltada, principalmente para trazer à população a necessidade de redução de consumo, reutilização, reciclagem e promover o repensar. Passamos de um período de campanha eleitoral e queremos resgatar o carnaval da alegria, com a diversidade de cores. Não existe uma cor específica, todo o arco-íris será apresentado nas peças”, completa.

Fonte: Jornal da Paraiba
28 janeiro, 2013

Programa Compra de Lixo - Curitiba



A Prefeitura Municipal de Curitiba em 31 de janeiro de 1989, implantou o Programa "Compra do Lixo", em áreas onde havia seríssimos problemas ambientais devido a falta de coleta de lixo.
A principal causa desta deficiência, era em função das áreas serem desurbanizadas e de difícil acesso aos caminhões da coleta por tratar-se de encostas de morros, fundos de vale e favelas com ruas muito estreitas.


O Programa Compra do Lixo, constitui-se numa forma alternativa de Coleta Domiciliar, destinada a atender as camadas menos favorecidas da população.
A Prefeitura Municipal de Curitiba, realizou diagnóstico nas áreas, que demonstrou: : 
  • excesso de lixo depositado a céu aberto, em valetas, vias públicas, fundos de quintais, terrenos baldios e fundos de vale.
  • alta incidência de doenças veiculadas por moscas, ratos e outros vetores, atingindo principalmente a população infantil; 
  • o saneamento básico era inexistente.
Funcionamento
Uma equipe de Educação Ambiental da Prefeitura entra em contato com a comunidade, com objetivo de organizá-la.
Criada a Associação de Moradores, é firmado um convênio entre Prefeitura e Comunidade, a qual torna-se responsável pela distribuição dos sacos plásticos e pelo controle do número de sacos depositados na caçamba por família participante do Programa.
A Prefeitura instala uma caçamba estacionária com capacidade de 7m3 em local previamente determinado, e entrega à Associação, quinzenalmente, sacos de lixo com capacidade de 60 litros para captação e acondicionamento dos resíduos.
Para cada saco de lixo contendo de 8 a 10 Kg de resíduos depositados na caçamba, o participante recebia um vale-transporte.
A partir de julho de 1991, a Prefeitura, visando auxiliar os pequenos produtores da Região Metropolitana de Curitiba e Litoral, passa a adquirir o excedente de suas safras através do convênio firmado com a FEPAR - Federação Paranaense das Associações dos Produtores Rurais. Naquele momento substituímos o vale-transporte por produtos hortifrutigranjeiros da época.
A Associação de Moradores, pelo trabalho de parceria com a Prefeitura, recebe 10% do valor pago por cada saco de lixo depositado na caçamba. Este dinheiro é depositado em conta corrente bancária em nome da Associação, que utiliza este recurso em obras ou serviços definidos pela própria comunidade.
Sistema de Pagamento
Quem deposita de 1 a 4 sacos de lixo na caçamba, recebe uma sacola simples, que contêm apenas um tipo de produto (ovos, maçã, banana, repolho, etc.), valor de R$ 0,53 (cinqüenta e três centavos).
Quem deposita 5 sacos de lixo na caçamba, recebe uma sacola composta, o que equivale a 5 x R$ 0,53, esta sacola contém (arroz, feijão, mel, batata, cenoura, cebola, alho, doce em pasta, etc.)
Os produtos são escolhidos de acordo com a demanda de mercado, e leva-se em conta o valor nutritivo e energético dos alimentos.
Benefícios do Programa: 
  • limpeza total de áreas a curto prazo, diminuindo sensivelmente a incidência de doenças causadas por vetores;
  • nos locais onde havia depósitos de lixo a céu aberto, as comunidades utilizaram este espaço para execução de hortas comunitárias; 
  • possibilitou o manejo correto dos resíduos e seu devido acondicionamento, evitando a exposição do lixo, mesmo durante os intervalos de coleta; 
  •  maior integração cidadão município na solução dos problemas da comunidade; 
  • auxílio no escoamento da safra dos hortigranjeiros produzidos na região metropolitana de Curitiba e litoral, e 
  • enriquecimento da alimentação das famílias mais carentes de nossa comunidade.

Catando e Sugando Lixo no fundo do mar

Ajude Bob Esponja e Patrick a se livrar do lixo não reciclado! Bob esponja tem que catar o lixo, isso é um desafio na verdade para ele recolher as bolhas sujas do oceano. Use o super coletor de pó debaixo d'água para ajudar o bob esponja e patrick nessa sua tarefa. Você pode ajuda-los a manter o oceano limpo?

O que fazer com o lixo?


Você já parou para pensar no que acontece com o lixo depois que você o coloca na lixeira? A partir da sua lixeira, veja os vários caminhos que o lixo percorre, de acordo com o modo como ele é coletado e o local de disposição final.

Coleta Tradicional
Normalmente, o seu lixo é recolhido e levado para um depósito onde os materiais que poderão ser reaproveitados são separados. O que não servir poderá ser levado para um aterro sanitário controlado ou simplesmente ficar exposto ao ar livre em um lixão, que é, com certeza, a pior alternativa: o lixo que fica ali causa problemas à saúde, como aumento de animais que transmitem doenças (como as moscas, os mosquitos, baratas e ratos), geração de mau cheiro e, principalmente, a poluição do solo e das águas através do chorume (líquido de cor preta, mau cheiroso e altamente poluidor, produzido pela decomposição da matéria orgânica que existe no lixo). O chorume pode colocar em risco o solo e os recursos hídricos da região!

Coleta Seletiva

É um sistema de recolhimento do lixo em que materiais como papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos são separados para serem reciclados.
Esse tipo de coleta protege o solo, diminui a poluição, reduz os custos com a limpeza urbana e funciona também como um processo de educação ambiental, pois mostra para a comunidade os problemas do desperdício dos recursos naturais (como a água e a energia, por exemplo) e da poluição causada pelo lixo.

Como funciona a coleta seletiva?

Porta a porta – Caminhões coletores vão até as casas e prédios em dias e horários combinados, que não sejam junto com os da coleta normal de lixo. Os moradores colocam o lixo reciclável nas calçadas;

PEV (Postos de Entrega Voluntária) – Pequenos depósitos para onde a pessoa, por vontade própria, leva os recicláveis;

Postos de troca – Troca do material a ser reciclado por algum bem (por exemplo, você leva 20 latinhas a um posto e recebe um brinde);

PICs (Programa Interno de Coleta Seletiva) – Feito nas empresas, em parceria com associações de catadores de lixo.

Quais os benefícios da coleta seletiva?

Ajuda a diminuir a retirada de recursos naturais do meio ambiente (porque o produtor reutiliza, por exemplo, o alumínio da latinha reciclada, ao invés de ir buscar mais alumínio na natureza);
Ajuda a diminuir a poluição do solo, da água e do ar;
Economiza energia e água;
Ajuda a conserva o solo (evitando a nojeira dos lixões e a poluição que eles causam, por exemplo);
Diminui os custos da produção do produto, com o aproveitamento de recicláveis pelas indústrias;
Ajuda a cidade a ficar mais limpa e higienizada;
Diminui os gastos com a limpeza urbana;
Gera emprego e renda para muitas pessoas, que vendem e compram os recicláveis.


Lixo pela janela


Jogar lixo pela janela do veículo é um hábito muito comum, porém, além de ser falta de educação e poluir o meio ambiente, esta atitude é uma infração de trânsito e pode causar acidentes.

Segundo o CTB, no art. 171: “Usar o veículo para arremessar, sobre os pedestres ou veículos, água ou detritos”; e art. 172: “Atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias”. Para ambos: Infração – média (4 pontos na carteira); Penalidade – multa (R$ 85,13)

Alguns exemplos do que o lixo atirado pela janela pode causar:

- Jogar nas vias papéis, plásticos, restos de alimentos etc. polui rios, causa entupimento dos sistemas de drenagem e poluição visual.

- Uma latinha de refrigerante pode atingir o pára-brisa do veículo que está atrás e provocar o descontrole da direção. Atenção! Em rodovias o acidente pode ser mais grave, pois as velocidades praticadas são maiores que nas vias urbanas.

- Pontas de cigarro lançadas às margens da rodovia podem gerar faíscas que causarão incêndios na mata lindeira. A vegetação será prejudicada e a fumaça pode atrapalhar a visibilidade provocando graves acidentes.

- Alguns materiais necessitam de locais específicos para serem depositados, pois oferecem risco de contaminação (como baterias de celular, em função da radioatividade e pilhas, por serem metais pesados) ao entrarem em contato com o solo podem liberar substâncias que poluem o solo e rios.

- Pode causar enchentes em vias urbanas, provocadas pelo acúmulo de lixo em bueiros ou próximo aos rios e lagos.

Além disso, é importante lembrar que alguns materiais levam muito tempo para se desfazer na natureza. Veja abaixo:

TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO DE RESÍDUOS

Papel: 3 a 6 meses
Jornal: 6 meses
Palito de madeira: 6 meses
Ponta de cigarro: 20 meses
Nylon: mais de 30 anos
Chicletes: 5 anos
Pedaços de pano: 6 meses a 1 ano
Fralda descartável biodegradável: 1 ano
Fralda descartável comum: 450 anos
Copos de plástico: 50 anos
Lata de aço: 10 anos
Tampas de garrafa: 150 anos
Isopor: 8 anos
Plástico: 100 anos
Garrafa plástica: 400 anos
Pneus: 600 anos
Vidro: 4.000 anos


Boas iniciativas

Em algumas rodovias concessionadas do país temos bons exemplos de ações que auxiliam na coleta de resíduos sólidos, como: instalar lixeiras, divulgar mensagens educativas e distribuir sacolas para o lixo próprias para carros.

Deposite todo o lixo em local apropriado e não atire qualquer resíduo nas margens das vias. Tenha sempre em seu veículo sacolas para jogar o lixo que você produzir.